A Rainha que a historia não conta
Hoje
vamos falar de Amanirenas, uma das maiores rainhas africanas que este planeta
já viu, mas que infelizmente é pouco mencionada, ensinada e propagada.
Isso
obviamente é proposital, no entanto no caso da Rainha Amanirenas eles fazem
questão de ocultar, pois essa mulher preta colocou de joelhos um dos impérios
que os brancos mais enaltecem e se orgulham: O império Romano.
Senta que lá vem a história:
Kush
foi um reino que se estabeleceu na Núbia cerca de 2 mil a.C e hoje seria o
atual Sudão. Como nessa época a capital do reino foi transferida para a cidade
de Méroe, também ficou conhecido como Reino de Méroe.
Os
Kushitas (habitantes de Kush), possuíam uma extensa linhagem de governantes
guerreiras. Estas matriarcas quando não figuravam como autoridade principal à
frente do reino, exerciam poder na qualidade de co-governantes juntamente de
seus maridos ou filhos.
E aqui entra a Rainha Amanirenas.
Em 40
a.C ela governava junto ao Rei Teriteqas (seu marido). Porém ele e seu filho
mais velho foram mortos em uma batalha contra os romanos. Nesse momento
Amanirenas se viu enquanto única regente do Reino de Kush.
Nesta época os romanos já haviam invadido grande parte de Kemet
(Egito Antigo) e estava tentando invadir e dominar o Reino de Kush, o imperador
Augusto sequestrava e fazia de escravos os homens kushitas, queria roubar todo
o ouro e as reservas minerais. Só tinha um problema: a Rainha Amanirenas.)
Para
defender o seu povo ela partiu bravamente para o campo de batalha juntamente
com seu filho mais novo e 30 mil soldados. O exército de Amanirenas destruiu
fortes, templos romanos e os fizeram recuar. Arrancaram a cabeça de uma estátua
de Augusto e levaram para o templo de Méroe. Noite e dia a rainha e seu povo
pisavam sobre a cabeça de Augusto simbolizando resistência e vitória.
Ela
partiu para outras ofensivas militares, sempre em campo de batalha com o seu
exército, em um dos confrontos seu filho mais novo foi morto, e ela foi ferida
em um dos olhos. Tanto que ficou conhecida como a rainha de um olho só.
A
perda de seu marido, de seus dois filhos e de um olho não fizeram essa mulher
preta titubear. Reuniu seu exército novamente e partiu para o ataque. Os
romanos tiveram muitas perdas e começaram a ponderar se deviam seguir com a
guerra.
A
Rainha Amanirenas enviou uma delegação com um presente para negociar com
Augusto. O presente eram flechas de ouro com a seguinte mensagem:
“Este
é um presente da Cândace. Se quiser paz, isso é um símbolo de cordialidade e
amizade. Se quiser guerra fique com elas porque você vai precisar.”
A
bravura e a determinação da Rainha Amanirenas pesaram na decisão e o imperador
Augusto “optou” por um acordo de paz. Todas as exigências dela foram aceitas, e
após a guerra dedicou o restante de sua vida reerguendo seu reino e seu povo.
Rainha
Amanirenas, a mulher preta que não cedeu para branco genocida, a mulher preta
que defendeu seu povo até as últimas consequências, a mulher preta que pisou na
cabeça do Imperador Augusto e colocou de joelhos o exército mais temido e
sanguinário da época.
Um
salve a Rainha!
Referência Bibliográfica : (Black Women in Antiquity- Ivan Van Sertima-
Cap 1)
Grande história
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